Descubra por que 86% dos brasileiros apoiam as restrições aos celulares nas escolas e como essa mudança pode revolucionar a educação nacional, com impactos diretos no aprendizado e desenvolvimento dos estudantes.
O Cenário Atual da Tecnologia nas Salas de Aula
Em um Brasil onde 93% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos têm acesso à internet, e a maioria começa a usar WhatsApp aos nove anos, uma transformação significativa está acontecendo no ambiente escolar. As instituições de ensino, famílias e legisladores estão repensando a relação entre tecnologia e educação, especialmente quando o assunto é o uso de celulares em sala de aula.
O Que Dizem os Números
Uma pesquisa abrangente realizada pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, que entrevistou 2.010 pessoas com idade a partir de 16 anos nas 27 unidades da federação, revela um panorama surpreendente sobre a opinião dos brasileiros:
Grupo | Apoio à Restrição | Apoio à Proibição Total | Uso Controlado | Contra Restrições |
---|---|---|---|---|
População Geral | 86% | 54% | 32% | 14% |
Jovens (16-24) | 89% | 46% | 43% | 11% |
Renda > 5 SM | 95% | 67% | 28% | 5% |
Renda até 1 SM | 83% | 54% | 29% | 17% |
O diretor-executivo da Nexus, Marcelo Tokarski, analisa esses números com otimismo: “À medida que avança o debate sobre a imposição de algum tipo de restrição, fica clara a tendência das pessoas de aprovarem a medida. Isso é um sinal claro de que há forte preocupação dos pais, dos próprios alunos e também da população em geral com o tema, caso contrário não teríamos 86% de aprovação a alguma medida.”
A Perspectiva dos Jovens
Surpreendentemente, a faixa etária entre 16 e 24 anos demonstra forte apoio às medidas restritivas. Entre eles, 46% concordam com a proibição total do uso dos aparelhos, enquanto 43% defendem a utilização parcial dos celulares, somando impressionantes 89% favoráveis a algum tipo de controle. Apenas 11% dos jovens são contrários à proibição.
O Fator Socioeconômico
A pesquisa revelou uma correlação interessante entre renda e apoio às restrições. Apenas 5% da população com renda superior a cinco salários mínimos se posicionou contra a proposta que impede o uso de celulares nas escolas, em contraste com 17% na população que ganha até um salário mínimo. A medida mais rígida ganha mais adeptos entre os mais ricos: 67% acreditam que os celulares deveriam ser totalmente proibidos.
O Caso São Paulo: Um Modelo para o Brasil
São Paulo tornou-se pioneiro ao aprovar uma legislação que proíbe o uso de celulares nas escolas. O projeto, aprovado pela Assembleia Legislativa, estabelece regras claras tanto para instituições públicas quanto privadas. A deputada Marina Helou, autora do projeto, enfatiza: “A parceria com a Secretaria da Educação vai ser fundamental nessa implementação, tanto na formação como no apoio. Vemos com clareza que, entre os professores e diretores, mais de 95% apoiam a proibição.”
Impactos no Aprendizado
O PISA 2022 trouxe dados reveladores sobre o impacto do uso de celulares no desempenho escolar. Estudantes que limitam o uso do celular a até uma hora por dia apresentaram uma pontuação 49 pontos superior em matemática, comparados àqueles que passam entre 5 e 7 horas no aparelho. Além disso, 40% dos alunos relatam perda de concentração devido ao uso de celulares pelos colegas, e oito em cada dez estudantes admitem se distrair com os dispositivos durante as aulas de matemática.

A Visão dos Especialistas
A psicopedagoga Camila Sampaio traz uma perspectiva importante sobre os impactos cognitivos: “No aspecto cognitivo [o celular] pode causar prejuízos na atenção, memória e habilidade de solucionar problemas. O celular tem estímulos muito atrativos e respostas rápidas, o que faz com que o estudante diminua a capacidade de se concentrar em tarefas mais longas ou com poucos recursos visuais.”
A especialista também destaca que o uso excessivo do celular pode prejudicar:
- O sono
- A socialização
- A interação presencial
- A habilidade de comunicação verbal
O Desafio da Implementação
A orientadora educacional Marina Rampazzo observa que o problema se intensificou significativamente após a pandemia. “Muitos têm manifestado verdadeiras crises de abstinência quando afastados de seus celulares”, relata. Ela enfatiza que a escola tem um papel decisivo nesse processo de mudança, principalmente por seu papel social na educação integral.
Impactos na Socialização
A psicopedagoga Margareth Nogueira, do colégio Arvense, alerta sobre como o uso excessivo de telas tem aumentado comportamentos antissociais e casos de bullying. “Entre os 10 e os 12 anos é muito importante que os estudantes usem o diálogo em seus três níveis de complexidade, que é o pensar, o refletir e o de consistência, com razões e contraposições a um tema”, explica.

O Cenário Nacional
Mesmo sem uma legislação federal específica, muitas escolas já adotam medidas restritivas. Segundo a pesquisa TIC Educação 2023:
- 28% das escolas vetam completamente o uso de celulares
- 64% impõem algum tipo de restrição
- Apenas uma minoria ainda não possui regulamentação sobre o tema
O Futuro da Regulamentação
O Congresso Nacional discute um projeto de lei federal que propõe:
- Proibição do uso de celulares para alunos até 10 anos
- Permissão apenas para fins pedagógicos em casos específicos
- Implementação prevista para 2025
Pesquisas e Dados Adicionais
O Datafolha revela que 62% da população apoia a proibição do uso de celulares por crianças e adolescentes nas escolas. A pesquisa, divulgada em outubro, também mostrou que 43% dos pais de crianças de até 12 anos afirmam que seus filhos já possuem celular próprio.
O Papel da Escola e da Família
A orientadora educacional Marina Rampazzo enfatiza que a escola representa um espaço único de socialização: “Se fora da escola eles ficam o tempo todo no celular, dentro da escola é a oportunidade para eles se relacionarem com outras pessoas, com livros de verdade e com atividades diversas de cultura, lazer e esporte.”
Exceções Previstas
As novas regulamentações preveem situações específicas onde o uso de dispositivos eletrônicos será permitido:
- Atividades pedagógicas supervisionadas
- Alunos com deficiência que necessitem de suporte tecnológico
- Situações autorizadas pelos professores para fins educacionais
Perguntas Frequentes Sobre a Proibição de Celulares nas Escolas
Qual é a lei que proíbe celular nas escolas? Em São Paulo, o Projeto de Lei 293/2024 foi aprovado pela Assembleia Legislativa, proibindo o uso de aparelhos eletrônicos em escolas públicas e particulares. No âmbito federal, um projeto similar está em tramitação no Congresso Nacional.
É proibido levar celular para escola em 2024? Em São Paulo, a nova legislação deve entrar em vigor no próximo ano letivo. A implementação nacional ainda está em discussão no Congresso.
É permitido o uso de celular na escola? Atualmente, 28% das escolas proíbem totalmente o uso, enquanto 64% impõem algum tipo de restrição. As regras variam conforme a instituição e a região.
É permitido proibir o uso de celular? Sim, as escolas têm autonomia para estabelecer regras sobre o uso de dispositivos eletrônicos, e agora contam com respaldo legal em alguns estados.
São Paulo proíbe celular na escola? Sim, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou a proibição do uso de celulares, tablets e relógios inteligentes nas escolas públicas e privadas do estado.
É justo proibir o uso de celular em sala de aula? Segundo a pesquisa Nexus, 86% da população brasileira apoia algum tipo de restrição, indicando amplo apoio social à medida.
É permitido o uso do celular para fins pedagógicos? Sim, tanto a lei paulista quanto o projeto federal preveem exceções para uso pedagógico, desde que autorizado pelos professores.
Qual é o principal argumento dos professores contra o uso do celular? Os educadores apontam prejuízos na atenção, memória, socialização e desenvolvimento de habilidades de comunicação dos alunos.
Por que é proibido levar celular na escola? Os motivos incluem:
- Prejuízos à concentração e aprendizado
- Impactos na socialização
- Resultados comprovados de melhor desempenho sem o uso de celulares
- Preocupações com a saúde mental dos estudantes
Por que não usar celular na sala de aula? O PISA 2022 mostrou que alunos que usam menos o celular têm desempenho significativamente melhor, além de outros impactos positivos no desenvolvimento cognitivo e social.
Pode usar o celular no intervalo da escola? Em São Paulo, a nova lei restringe o uso também durante os intervalos e em eventuais horários sem aula.
Pode mexer no celular no recreio? De acordo com a lei paulista, não será permitido o uso nem mesmo durante o recreio.
Pode levar celular no quinto ano? O projeto em tramitação no Congresso Nacional prevê a proibição para alunos de até 10 anos, o que geralmente corresponde ao quinto ano.